O Evangelho desta quinta-feira, da 13ª semana do Tempo Comum, é um convite para refletirmos sobre o poder de Jesus, que perdoa os pecados da humanidade, a liberta das possíveis paralisias físicas, e também de outras com maiores consequências: a paralisia espiritual.
Jesus é a manifestação da misericórdia de Deus que pode ser experimentada de diversos modos, e um deles é através do Sacramento da Penitência com uma sincera, válida, e frutuosa confissão junto a um Presbítero da Igreja.
Há aqueles que não gostam de se confessar, por vezes pela dificuldade de como e o que confessar. Evidentemente podemos confessar diretamente com Deus, mas não podemos prescindir e ignorar a forma salutar da confissão individual: quando o penitente reconhece a sua miséria, os seus limites e imperfeições, e curva-se diante da misericórdia de Deus.
Confessar é, no mínimo, um ato de humildade e de coragem. É colocar-se diante de si mesmo, do outro e de Deus numa abertura necessária para reconhecer os pecados cometidos e as faltas que possam ter prejudicado os relacionamentos com o outro e com Deus.
Quanto ao paralítico curado (Mt 9,1-8), como não pensar nas múltiplas manifestações de paralisias das quais podemos estar acometidos. A falta de perdão (dado ou recebido), por exemplo, paralisa relacionamentos e congela-os, quando não os aniquila e nos mata.
Pelas dificuldades enfrentadas, e a maior delas, a morte de um ente querido, quantas pessoas são levadas até mesmo a perda do sentido e da razão de viver. Porém, não podemos paralisar nem mesmo diante da morte, ainda que esposo/esposa, mãe/pai, filho/filha, irmão/irmã, ou mesmo um amigo que tenhamos apreço como a um irmão.
Os Apóstolos não ficaram paralisados diante da morte de Jesus, ao contrário, fazendo a experiência de Sua Ressurreição, contemplando Sua nova presença, redimensionaram e reorientaram os passos da Igreja nascente.
A fé na Ressurreição, a força do Ressuscitado rompe as portas fechadas do medo que nos paralisa, fragiliza, e nos faz sucumbir a possíveis mediocridades dos recuos.
Há uma forma de paralisia que brota da ausência do perdão, matando amizades, amores, convivências, lares, projetos, sonhos, conquistas…
Medito sobre a misericórdia de Deus e a nossa realidade incontestável de pecadores que somos. Assim como sobre as paralisias as quais temos que ser libertos.
Oremos:
Ó Deus, fonte de Misericórdia,
Suplico Vosso perdão,
Reconheço meus pecados, em pensamentos,
palavras, atos e omissões.
Coloco-me em Vossas mãos,
Que Vossa misericórdia penetre às fibras mais íntimas do meu ser.
Renovai-me, Senhor, revesti-me com Vosso Amor.
Fazei-me uma nova criatura, para a Vossa imagem melhor refletir.
Libertai-me, Senhor, de toda e qualquer paralisia,
Que me impeça sinceros compromissos com o Vosso Reino.
Que Vossa Palavra ressoe no mais profundo de mim,
Para que a vocação profética do Batismo se reacenda.
Que me alegre ser Vossa presença, Vossa voz,
A tantos que precisam de Vossa Palavra ouvir.
Quero tão apenas, Senhor, por Vós ser perdoado e liberto.
E a quem precisar ser um sinal de Vossa misericórdia e poder. Amém!
Acompanhe diariamente as reflexões de Dom Otacílio Ferreira em: http://peotacilio.blogspot.com.br/ https://www.youtube.com/watch?v=bHzMgkiUegg